sábado, 10 de abril de 2010

Posse na Academia Acreana de Letras

ACADEMIA ACREANA DE LETRAS
Rito de Posse do Acadêmico DALMIR RODRIGUES FERREIRA
Rio Branco – Acre – 2004.

CADEIRA 22
Patrono EUCLIDES DA CUNHA
Exposição bibliográfica e fotográfica de sua obra.

Acadêmico Hélio Guimarães Cardoni
Exposição bibliográfica e fotográfica

Acadêmico DALMIR RODRIGUES FERREIRA
Exposição bibliográfica e fotográfica

Cerimonial da posse de Dalmir Rodrigues Ferreira
na Academia Acreana de Letras

Execução do Hino Nacional/Hino Acreano pelo quarteto de Câmara da
Orquestra Filarmônica do Acre.

Pequeno documentário com filmagem/fotografia do artista plástico
Danilo de S’Acre 20 min.

Discurso proferido por Dalmir Rodrigues Ferreira.
Saudando a Academia
Relembrando o antecessor
Euclides da Cunha
Hélio Cardune
Atualidade das letras no Acre
O escritor no nosso tempo
Preleção a Academia Acreana de Letras

Saudação ao recipiendário proferida pelo presidente Acadêmico Clodomir Monteiro
Acadêmico Jorge Tufic

Assinatura da Ata de posse do Acadêmico Dalmir Ferreira.

Apresentação e Leitura do Histórico da vida do Acadêmico empossado Dalmir Rodrigues Ferreira

Saudação de 5 membros da Academia
Agradecimentos do presidente,
Convite para um coqtail regional e aos presentes e encerramento do evento.

Saudação a Academia.
Presidente CLODOMIR MONTEIRO – Ilustre Professor Doutor e Intelectual que com bastante competência e dedicação dirige os destinos desta valiosa Academia;
Ilustres Acadêmicos – Dignas Autoridades que aqui presentes nos prestigiam, meus confrades, minhas confreiras, minhas Senhoras e meus Senhores:
Chego a esta Academia Acreana de Letras, neste dia solene e festivo com o espírito tranqüilo e isento de vaidades, trazido e incentivado pela bondade de meus amigos e companheiros da luta pela cultura desta terra.
Trago para essa ilustre confraria das letras acreanas, nesta hora solene e importante para todos nós, os olhos e a memória ainda cheios das paisagens e da admiração imensa por essa terra de tão grandes feitos, que me recebeu em seu berço mais glorioso que foi o Seringal Bom Destino, berço também do nosso estado, como a me estimular a conhecer e defender aquele sagrado espaço, não só da luta que o emancipou, como dos feitos que ainda não foram lembrados, mas que contribuíram sólida e diretamente para construção dos rumos que foram sendo construídos em busca da consolidação do nosso Estado.
A imensa luta que desenvolvi pela nossa cultura não deve ser desconhecida da grande maioria dos aqui presentes. Nela, no entanto, a produção literária que me foi possível publicar e que por isso pouco também me estimulou, é ainda muito pequena, além de bem pouco conhecida em relação ao expressivo volume que tenho produzido e guardado sem me preocupar em mostrá-la ao grande público.
Ainda bem pequeno na capital do Amazonas, terra de meu pai, onde fui para as primeiras letras e onde me foi dado conhecer, relacionar e desfrutar da intimidade dos exemplos de tão grandes espíritos das letras desta Amazônia, como o foram Djalma Batista, Álvaro Maia e João Crisóstomo, todos amigos de meu pai e homens de letras, cujo convívio e exemplo me despertaram e incutiram o mais forte respeito e gosto pela leitura e por uma boa biblioteca, foram sem dúvida responsáveis por esse caminho que fui tomando, espelhos fundamentais nos quais formou-se minha alma infante em busca de seu aperfeiçoamento, que com a carinhosa atenção de meus pais, ainda bem jovem, tinha já por definido o caminho que hoje trilho. Este é o primeiro sentido de minha presença entre vós, ilustres acadêmicos, como uma homenagem sincera ao Acre e aos seus grandes feitos, ao grande esforço de seus filhos, nesta região tão distante e ainda tão inóspita aos pioneiros que tentam domá-la.
O outro impulso, orientado pelo coração e pelas lembranças, é o de trazer para esta singela, mas valorosa Academia de Letras, onde pontificaram espíritos elevados e ilustres como os de Leandro Tocantins, Garibaldi Brasil, e Adonay Santos entre tantos outros de saudosa memória que gradativamente aprendi a admirar, minha colaboração simples, amiga e sincera, a fim de que se conserve a seqüência não só de esplendor das letras acreanas, mas também das outras artes, a garantir a sobrevivência daquilo que se pode dizer essência do ser humano que é a criatividade.
Não havia procurado e nem era de minha intenção, desejar a imortalidade mental, que outra não pode ser, pois somos todos mortais e humanos, nesta luta atenta e constante pela cultura de nossas artes, que convosco desempenhei e desempenho ainda nas lides pela sua melhoria, não só em sua qualidade como em seu âmbito institucional, este ainda muito incipiente e, portanto carente de melhores olhares dos homens que são eleitos para conduzir este Estado ainda muito novo a seu destino, para que essa mesma sociedade possa sobreviver e crescer com dignidade e liberdade em busca de sua autonomia.
Nesse contexto, repito que a gravidade de nossa luta pelo evoluir de nossa cultura, é agravada na medida em que nossos condutores, quer seja em âmbito municipal ou estadual, jamais tiveram até então pela educação ou pela cultura, o necessário cuidado zelo ou o respeito que recomenda o bom senso e a nossa sábia constituição federal. E não poderia ser diferente não só por suas respectivas formação, ou a da maioria de seus auxiliares, em que sempre este aspecto, jamais foi motivo de destaque ou orgulho para seus conterrâneos.
Reafirmo, portanto meus cumprimentos a todos, em igual extensão e respeito, atores e platéia desse grande espetáculo que é a vida em seu desenvolvimento, neste grande teatro do qual todos participamos e contribuímos como podemos, com o script que nos couber e as improvisações que nos permitirem.

Euclides da Cunha
Sem acreditar em coincidência ou acaso, chego a essa importante casa de cultura que é a Academia Acreana de Letras como que iluminado pelo patrono que me coube. A cadeira de número 22, cujo patrono é Euclides da Cunha, que foi tão meritória e oportunamente fundada por Alves de Menezes no longínquo nascedouro desta casa.
Euclides da Cunha é um vulto dos mais expressivos de nossa história pátria, a cuja obra, como nossa constituição, não se é permitida a qualquer brasileiro desconhecer. Mormentemente, não àqueles que se pretendam a condição de melhor distinguir a existência do Brasil real diante de um Brasil oficial que tanto insiste em permanecer. A Euclides se dispensa qualquer pretensão de apresentação, mesmo e até aos brasileiros do Acre, ainda que medianamente educado, não se pode permitir o desconhecimento de sua grande contribuição intelectual para a formação de nosso Estado.
A Euclides da Cunha, tenho e guardo a mais profunda admiração não só por sua obra clássica, da qual tenho a honra de possuir as mais importantes publicações, como os muitos estudos posteriormente levados a cabo por estudiosos e pesquisadores, que somados constituem uma vasta e valiosa bibliografia. Além disso, observo em sua biografia alguns acontecimentos que certamente reforçam a minha admiração: também boa parte de minha vida fui agrimensor, o que me permitiu conhecer boa parte dessa Amazônia; homem de letras, também teve ensaios na poesia, paixão que como a minha, tem rendido alguns parcos ensaios; enfim outras coincidências mais, que espero não aumentem, pois é certo que como ser humano teve uma sina não só grandiosa como muito sofrida ou trágica, como que apanhado nas armadilhas que próprio destino às vezes tece aqueles a quem concede grandes feitos.
Enfim, Euclides com sua obra máxima Os Sertões, abre ao brasileiro e, mormente ao acreano, uma outra visão, ainda não aprofundada, mas certamente essencial para entender a grande maioria dos imigrantes nordestinos, que para cá vieram em busca da sobrevivência e para fundar aquilo que podemos chamar um novo inconsciente coletivo, tal como quando acompanharam a Antonio Conselheiro ao Belo Monte.
Mas as suas outras obras “amazônicas” ainda tidas como menores aguardam o despertar, o que certamente virá em futuro não distante, na medida em que nós formos capazes de produzir não só novas leituras, mas de escritos que decifrem e construam novos entendimentos, capazes da visibilidade que necessitamos e merecemos.
Conhecendo “Os Sertões”, despertou-se em mim um profundo interesse por Canudos, pelo nordestino sertanejo, por lampião, pela figura dos coronéis, enfim por uma história ainda tão pouco conhecida de nossos ancestrais, interesse que já me recompensou com uma pequena, mas já expressiva bibliografia de mais de 300 livros só nessa área e que cresce sempre na medida em que sou encontrado pelo conhecimento que busco.
Não me alongarei mais na fala sobre o importante patrono de minha cadeira, sua biografia e sua vida sendo vasta e obrigatoriamente conhecida me restringe só aos acréscimos de detalhes que podem enriquecer vosso conhecimento a seu respeito. Mas acho oportuno no entanto, concitar a nossa juventude, aqui pouco representada, a que não negligenciem nunca a leitura e o conhecimento desse tão importante personagem, saber de sua obra é ter elementos para melhor conhecer discernir desse país tão novo que é o Brasil.

Hélio Cardoni
Ocupar a cadeira deixada por Hélio Cardone é para mim motivo de grande honra, pois que com ele pude cultivar e compartilhar uma boa e grande amizade. Quando de sua vinda para o Acre, ele foi meu vizinho e o conheci em meados da década de 1970 e foi uma amizade que sempre me pareceu que já nos conhecíamos há bem mais tempo, pois dividíamos e compartilhávamos muitas afinidades.
Essas afinidades, só posteriormente descobertas, em demoradas visitas que nos permitiram, como que um reencontro de velhos amigos, a atualização de nossos feitos vida afora. Por conta disso, ele foi um dos nossos convidados para participar da tão importante I Exposição Acreana de Artes Plásticas, para a qual ele nos trouxe três “bico-de-pena” de muita beleza e esmero em detalhes, técnica em que foi sem dúvida um de nossos maiores expoentes. Sendo, portanto motivo de muita honra falar, ainda que tão brevemente, desse valioso amigo que me aconteceu encontrar e desfrutar de sua inteligente companhia.
Hélio Guimarães Cardone nasceu no Rio de Janeiro, no dia 12 de junho de 1924, em Vila Isabel. Iniciou sua vida profissional em 1940, como desenhista de histórias em quadrinhos, ganhando um concurso instituído pelo Suplemento Juvenil, fundado em razão do surgimento das histórias em quadrinhos nos Estados Unidos (Flash Gordon, Jim das Selvas, Príncipe Valente, etc.). Ali ilustrou “Glórias vivas do Brasil” e fatos de nossa história e dos povos das Américas, com muitos textos de sua autoria.
Foi colaborador de “O Malho”, “Ilustração brasileira” e “O Tico-Tico”, ilustrando textos dos colaboradores da Academia Brasileira de Letras; Ilustrou livros infantis para Lúcia Benedetti; Publicitário, foi diretor e fundador da Herald Propaganda e free-lance, respondendo pelas promoções da Grapette, Crush, Coca-Cola, Destilaria Continental e outras Agencias (layout e arte final). Representou o Brasil em 1947 no México, no “Encontro de aproximação dos povos” instituído pela Pan American em todo o mundo. Foi Membro Honorário da Sociedade Literária do Colégio Militar do Rio de Janeiro. Projetista de arquitetura, urbanismo, hidráulica de saneamento, do Serviço de Estudos e Projetos do Rio de Janeiro (1940-1965). Foi Coordenador do Plano Diretor do Rio de Janeiro, de autoria do arquiteto Sérgio Bernardes (1965).
Suas habilidades para as artes plásticas foram desde a pintura a óleo, cerâmica, porcelana, guache, bico-de-pena, aquarela, nanquim. Mas se tornou mais conhecido aqui em Rio Branco, quando foi o responsável em 1972, pela primeira decoração natalina (e depois a decoração carnavalesca da cidade de Rio Branco). Foi nesse período autor de raras exposições e de mostras de realização do governo. Teve também incursões no campo da heráldica, tendo criado o visual das insígnias da Ordem da Estrela do Acre, além do que foi também professor da cadeira de Publicidade no Centro de Treinamento de Recursos Humanos do Estado.
Enfim, Hélio Cardone, que era casado com a Dra. Eliza Travassos, eminente médica, veio para Rio Branco em 1971, quando instalou seu primeiro atelier na Rua Seis de Agosto, espaço onde o conheci, meio a uma parafernália enorme de equipamentos inerentes a sua profissão e a uma enorme produção artística e técnica. A despeito da expressiva produção de retratos urbanos em bico-de-pena e de muitas pinturas em cerâmica, de suas obras a que ficou mais conhecida por todos nós é a famosa “História do Acre em Quadrinhos”.
Esta descrição, que fiz praticamente de memória sobre Hélio Cardone, se estende até perto de 1980, ano em que me afasto de Rio Branco, significando que ficarei devendo o seu complemento, que se dará através de uma pesquisa que já estou preparando para complementar a presente fala, para os anais desta casa. Motivo pelo que antecipo sinceras desculpas.

Atualidade das letras no Acre.
Platão, num de seus célebres Diálogos, colocava na boca de Sócrates estas palavras: esse dom de bem falar sobre Homero é, em ti (Íon) não uma arte, como eu a pouco dizia, mas uma força divina. É essa força divina a capacidade de criar. Todo ser humano tem essa força, restando simplesmente aproveitá-la, utilizá-la, usufruí-la. A literatura nacional tem seus expoentes, suas glórias, suas altas capacidades, na poesia e na prosa. De modo idêntico à literatura regional, que nos idos dos anos 1980, tentamos discutí-la sem que obtivéssemos a necessária repercussão para a continuidade de uma produção mais sistemática e organizada.
Algumas obras da atualidade têm buscado estudar, organizar e mostrar a produção literária no Acre, como a da professora Laelia Rodrigues, da professora Olinda Batista e enfim outras mais que se aventuraram com bastante competência neste mister.
Muitos intelectuais acreanos, aqui nascidos ou que por aqui passaram, elaboraram suas diversas contribuições, das quais muitas estão restritas a uma historicização positivista fundadora, eivadas de uma natureza exógena e heterônoma que a colonização impôs com um número ainda bem inferior ao que se produziu no estado do Amazonas. Significando dizer que temos a agravar o quadro, uma bibliografia que ainda não está sistematizada, organizada ou de fácil acesso, pois está dispersa em muitos pontos da Amazônia e no sul do país, o que dificulta a visualização daquilo que pode dizer raízes de nossa literatura fundadora.
Os trabalhos de muitos intelectuais estão por aí espalhados em poucos acervos e menor número ainda de bibliotecas, nas páginas de revistas e jornais, antologias, etc. pouco lidos e pouco consultados na consolidação de uma visão mais abrangente de nossa realidade.
Mas ao lado desses altos espíritos, outros de igual valor vão se alinhando, dignificando as poltronas desse Sodalício, numa manifestação clara e contundente de que a literatura continua viva e atuante, responsável guardiã da imortalidade da humana prole, que vai se revezando na construção da história do homem em seu caminhar.

O escritor no nosso tempo
O escritor do nosso tempo, vivendo nos entrechoques do seu mundo moderno, sente na própria pele os efeitos e as tendências das novas gerações. Uma não quer compreender as angústias, as necessidades, os sentimentos da outra. E há um fio permanente entre aqueles que continuam a seguir os preceitos da mesma moral onde a multiplicação da espécie era quase um culto e as tendências de hoje, na era das drogas, dos anticoncepcionais e da engenharia genética.
Otto Maria Carpeaux em análise das tendências contemporâneas da literatura, adverte que a época se inclina para o irracionalismo. É irracionalista o fundo de todos os modernismos, de todos os primitivismos e do surrealismo, do realismo mágico, do existencialismo; irracionalista até é o neo-realismo que se entrega de todo à realidade, isto é, a um fenômeno que não pode ser completamente analisado com os recursos da razão. Mas a força do irracionalismo revela-se, sobretudo nas modificações que conseguiu imprimir a movimentos bastante racionalistas.
Atento ao eco distante, ouço o silêncio que sucede ao temporal. Ver e ouvir pode ser enganoso quando não somos capazes de reelaborar ou rejeitar as informações que não necessitamos.

Preleção a Academia Acreana de Letras
Para não faltar nem com minha habitual sinceridade, nem com a velha educação que sempre me impediu a descortesia, digo que crescemos imitando os grandes, ou aqueles que assim consideramos. Por comodismo ou despreparo raramente fazemos nosso próprio caminho, mormente hoje onde as tecnologias propiciam uma aproximação cada vez mais poderosa e principalmente perigosa em função dos “princípios” que nosso tempo desenvolveu e vem impondo segundo seus interesses.
Há muito tempo antes do “descobrimento” do Brasil, o homem havia criado Academias nos moldes das que hoje abundam no planeta, seja para resguardar ou ampliar conquistas, seja apenas para exibir uma impossível evolução fundam, no entanto, a possibilidade de por-se diante do espelho mágico que lhes mostra sua verdadeira face.
Alhures afirmou Schopenhauer que também a mediocridade é imortalizável, e isso me assusta muito mais quando vejo essa verdade gradativamente de estabelecer como verdadeira, quanto mais vejo a dificuldade de nossos lideres em produzir esses homens capazes de escritas que produzam mais escritas. O que sabemos mesmo é que se não formos capazes de superar esses desafios estaremos caminhando para a regressão e a perda das conquistas legadas por nossos ancestrais.
Assusta-me e muito me entristece quando vejo nossos professores, impotentes quanto à consecução de seus verdadeiros ofícios, submissos aos políticos, vendo as gerações cada vez mais pobres de conhecimento e de perspectiva de futuro, reféns de discursos demagógicos.
Entristece-me quando vejo nossa imprensa serviçal a um poder cada vez mais indiferente a ética e ao futuro, venal e submisso a outros poderes que não tem rosto nem identidade.
Muitas tristezas se acumulam na minha caminhada. Inquieta-me profundamente a idéia de deixar um mundo pior do que o que recebi. Acreditem-me senhores, nossa geração não está evoluindo e nós não estamos contribuindo para reverter este quadro...
Por isso vos peço uma sincera reflexão, sobretudo aos que comigo compartilham essa visão, é nosso papel acordarmos os que optam pelo sono que logo será mais que um pesadelo.

terça-feira, 6 de abril de 2010

micro portfólio


Dalmir Rodrigues Ferreira, resumo biográfico.


Nasceu em 12 de fevereiro de 1952, filho do guarda-livros Djalma Ferreira e de Benedita Rodrigues Ferreira, no Seringal Bom Destino, em Porto Acre/AC, berço do movimento armado que deu origem ao estado do Acre. Revelou-se apaixonado estudioso da Amazônia com viagens e longa vivência em alguns de seus estados, formando uma biblioteca de objetos, obras, artes e documentos que em seu atelier-museu, testemunham sua dedicação pela cultura de sua região.
É graduado em engenharia e história, acumulando também cursos informais em diversas áreas, como artes plásticas pela Escola Panamericana de Artes em 1960 e música pela escola Open University em 1983 entre outros. É reconhecido artista plástico, poeta, memorialista e ativista cultural, com obras e exposições no Brasil e no exterior, exercendo em Rio Branco na esfera pública as seguintes atividades:

Presidente da Orquestra Filarmônica do Acre-luthier;
Membro do Conselho Estadual de Patrimônio Histórico-setor cultura/arte;
Membro da Academia Acreana de Letras - cadeira 22-patrono Euclides da Cunha;
Membro do Conselho Estadual de Cultura- artes plásticas-sociedade civil;
Professor Convidado do Curso de Artes Visuais da FIRB- cadeira de gravura;
Presidente da Associação Acreana de Arte-educadores.


Entre outros feitos pelo desenvolvimento da área cultural em Rio Branco se destacam:


Representa o Acre na 1ª. Feira Nacional de Ciências em 1969 no Rio de Janeiro/GB;
A idealização e realização da 1a. Exposição Acreana de Artes Plásticas em 1978 em Rio Branco/AC;
A criação e implantação do Museu Acreano de Belas Artes em 1993 em Rio Branco/AC;
A redação preliminar da História das Artes Visuais em Rio Branco, em 1993 em Rio Branco/AC.
A Revitalização e tombamento do sítio histórico Seringal Bom Destino em 2002 em Porto Acre/AC;
A criação da Galeria Universitária em 2000 e do Museu Universitário em 2008 em Rio Branco/AC;
A criação dos cursos de Licenciatura em Música e Teatro na Ufac em 2006 em Rio Branco/AC;
A implantação do Conselho Estadual de Cultura em 2006 em Rio Branco/AC;
A renomeação da Pró-reitoria de Extensão e Cultura em 2005 em Rio Branco/AC;
A criação da Associação Acreana de Arte-educadores em 2008 em Rio Branco/AC;

sábado, 27 de março de 2010

Atelier Pensatório: Justificativa


Pessoas, cordiais saudações
Hoje é o segundo dia para o blog e a comunicação com vocês. Providenciei, com a ajuda do Braga este visual para o cabeçalho do blog. O nome Atelier Pensatório vem da minha primeira leitura da peça As Nuvens, de Aristofanes, em 1971. O batismo do atelier foi feito pela Zélia, do seu Napoleão e dona Delza, que o fez em 1976 na última vez que esteve no Acre. O nome era Atelier Pensatório, espaço de arte, filosofia e alquimia. Lembro que essa peça na verdade se trata de uma sátira à figura de Sócrates e o nome original, em grego é phrontisterion. Enfim foi o nome mais adequado que encontrei para este espaço que é uma parte muito importante de mim. Mais que um atelier ou um museu, ou mesmo uma biblioteca é tambem meu boteco, meu refúgio e minha trincheira, castelo que com muita honra recebo amigos (poucos e bons, segundo o Braga.) Enfim, sejam eles estrangeiros ou nativos, são toda a riqueza que construi ao longo do curto tempo que nos cabe. Bem, é tambem um espaço de escrita e recital de poesia. Aliás acho que todo mundo deve ler ou escrever ou ouvir poesia, enfim, os indiferentes, coitados dependem da gente para mostrá-las.

Por hoje chega, prometo mais amanhã, talvês até um soneto inédito, quem sabe. Alu.

quinta-feira, 25 de março de 2010


Pessoas, saudaçoes. a amigos e inimigos.

Esse é meu ingresso no mundo virtual ao qual muito relutei em me fazer presente, mas como do progresso ninguem escapa, aqui estou a redigir. Peço licença aos da formalidade e atropelo os atropeláveis. Alu.

Dalmir Ferreira.
Ps- Estou com o Braga aqui no Atelier e tenho que ir até a Juvenal Antunes para a exposição inaugural deste ano.
Aguardem que breve retomo, com surpresas e obviedades, por enquanto divirtam-se com essa imagem de minha ultima viagem ao Velho Mundo.
National Galerie - Berlim, janeiro 2010